Trabalho com o modelo SaaS há mais de quinze anos e testemunhei sua introdução no mercado, observando de perto a resistência inicial à sua adoção. Inicialmente, havia uma grande preocupação com a segurança de dados, levando grandes empresas a investirem pesadamente em hardware e servidores para armazenar informações internas e de clientes. No entanto, essa perspectiva mudou consideravelmente nos últimos anos, à medida que as tecnologias digitais avançaram e o Brasil continuou progredindo.
De acordo com a Tabela de Desempenho Global sobre Computação em Nuvem de 2018, elaborada pela BSA|The Software Alliance, o Brasil subiu quatro posições, alcançando a 18ª colocação nesse setor. A BSA é uma defensora importante do setor de software perante governos e no mercado internacional, considerando aspectos como privacidade, segurança cibernética e infraestrutura de banda larga em suas análises.
O estudo destaca que a evolução nas áreas de segurança e qualidade de internet foram os principais impulsionadores do avanço do Brasil. As empresas estão buscando a transformação digital, e a adoção de soluções em nuvem tornou-se a via preferencial. Segundo a International Data Corporation (IDC), na área de TI, o segmento de nuvem pode atingir um faturamento de até US$ 2,6 bilhões em 2019, com crescimento anual de 20%, alcançando US$ 6,5 bilhões em 2022.
A mudança de paradigma ocorre à medida que as empresas nacionais percebem as vantagens do ambiente digital. Ao contrário do passado, em que era necessário prever as necessidades da empresa antes de investir em hardwares caros e rapidamente obsoletos, a digitalização otimiza esses investimentos. As plataformas em nuvem oferecem escalabilidade fácil, permitindo que as empresas paguem apenas pelo que usam, com a capacidade de ajustar conforme necessário.
A adoção de softwares mais flexíveis é outra vantagem, integrando-se facilmente aos sistemas existentes na empresa. Isso abre portas para uma nova geração de CRM por meio da “Public Cloud” (nuvem pública), uma plataforma ágil e flexível que integra dados fragmentados em sistemas que não se comunicam. Isso facilita a obtenção de uma visão 360 dos clientes, tornando a empresa mais preditiva e capaz de antecipar suas necessidades.
As plataformas de gerenciamento de clientes do futuro, hospedadas em nuvem e acessíveis de qualquer lugar, têm sistemas de linguagem universal, sendo fáceis de programar e integrar. Isso permite uma evolução ágil, com controle e flexibilidade reais sobre os dados dos clientes. Essa tendência está alinhada com o novo perfil de CIO, um profissional dinâmico e diretamente associado à inovação, adaptando-se a um universo onde as tecnologias são atualizadas a cada 1 ou 2 anos, em vez dos tradicionais 10-15 anos.
Além disso, os custos das tecnologias antigas são um ponto de consideração. Os softwares atuais, com linguagem proprietária, são dispendiosos, exigem mão de obra específica e deixam as empresas dependentes dos provedores. Os CRMs abertos oferecem maior controle, transparência e agilidade, essenciais em um mundo onde as tecnologias avançam rapidamente.